segunda-feira, 9 de setembro de 2013

O que não tem limite e nunca terá

Criações a partir do ato político do primeiro CONEUFRB
Uma vidraça de banco estilhaçada é o suficiente para que pessoas gritem: sem violência. Penso, perplexa, e a violência cotidiana que os bancos promovem? E seus lucros exorbitantes sobre gente pobre, pobríssima? E você é diferente dessa gente em quê? O saldo vermelho no fim do mês, as compras de natal parceladas com juros, não doem? Então, qual é o grande lance em atentar uma instituição que lhe violenta diariamente? Então porque os vândalos estão errados e os bancos certíssimos? Como é que nós caímos tão facilmente no discurso do opressor sem nos dar conta da opressão?

Aconteceu perto da minha casa, picharam com palavras de altíssimo calão o muro da universidade, colocaram o cu no meio e a patrulha da moralidade interveio - oh, cu, que crime hediondo - com seus argumentos pequeno-burgueses e seu senso político muitíssimo abrangente. Pensar para quem que apagaram e porquê apagaram tudo, pintaram tudo de cinza - a palavra no muro ficou coberta de tinta - apagaram tudo, pintaram tudo de cinza só sobrou no muro tristeza e tinta fresca. O que há por trás dos apagamentos, dos gritos contra o vandalismo e o encarceramento das atividades alheias - o que nem sempre fica apenas no patamar ideológico - o que há realmente?

Há uma sociedade tentando à duras penas manter a sua galinha dos ovos de ouro, suprimir as vozes indignadas dos assim nomeados: vândalos e revoltosos que atentam para toda a merda que há espalhada, nem sempre embaixo dos tapetes, que sentem o cheiro e o gosto dessa merda diariamente e querem revidar.

As minorias todas estão cansadas de serem higienizadas pelos discursos de vocês, é por isso que todas elas quando vão para rua fazem "merda", mostram suas bocetas facetas incômodas, é por isso que elas gritam, sujam, riscam, mudam, por isso que elas atacam, porque estão cansadas de ser violentadas, estão cansadas de ceder espaço. E se eu apoio? MUITÍSSIMO.
Que não haja mais um banco de pé enquanto houver a mais radical segregação social. 
Que não haja mais espaços em branco nos muros, que não hajam muros BRANCOS que os muros e os bancos sejam devassados pela nossa diversidade, que todos sejam amplamente atacados, porque eles existem para violentar espaços e pessoas. 

6 comentários :

  1. Não sei porque Alanie fala tanto em "pequenos burgueses"...Se ela pudesse, também seria um.

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  2. Cê sabe o que é isso, querido Anônimo? :)

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  3. Se sua limitação lhe permitisse, você perceberia a quem o comentário foi direcionado. Ah, só uma dica, não foi a você.

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    1. Olha, pelo que parece quem tem uma limitação aqui é você, inclusive no que diz respeito a construção de frases. O comentário não foi direcionado apesar de haver um nome citado. Releia o que escreve, neném ;)

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  4. É mesmo, né ? Mas eu sei porque eu falo tanto neles e nos Homens brancos e nos Machistas independente do gênero. Eu sei porque falo dos homofóbicos e dos sexistas de maneira geral. Não é porque eu quero ser eles, isso nem tem cabimento, poxa, é porque embora todo o discurso desses grupos permeie o meu imaginário, bem como o de toda a sociedade, eu rompo com eles por acreditar em outros variados valores, alguns desses expostos nesse texto, se você der mais mostras de que tem me lido - como agora - você talvez possa enxergar as nuances disso melhor. Por fim,o termo " Pequenos burgueses " eu incorporei depois da leitura do livro " A casa dos budas ditosos " de João Ubaldo Ribeiro. -

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  5. Manifestação "pacifica" no nosso país, infelizmente não leva a lugar algum. A visibilidade é nenhuma e o governo passa por cima. Se não for desse jeito ai, vamos continuar estagnado, parado no tempo. Temos que sair dessa inércia e mostrar que ainda tem jeito. Viver e encarar a diversidade, de forma natural, porque é assim que tem que ser.

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